29 de mai. de 2011

Um diálogo entre Exú e Oxalá

O céu e a terra fundiam-se no horizonte distante, parecendo uma coisa só, como se não houvesse separação entre o mundo espiritual e o material, a consciência individual e a cósmica.


Sentado sobre uma pedra em uma enorme montanha, de cabeça baixa e olhos apenas entreabertos, Exu observava o fenômeno da natureza e refletia sobre o seu interminável trabalho.

- Como é difícil a humanidade – pensou em certo momento – parece nunca estar satisfeita, está sempre querendo mais e, em sua essência egoísta desarmoniza tudo, tudo... Tudo que era para ser tão simples acaba tão complicado.

Com os olhos habituados a enxergar na escuridão e na distância, Exu observou cada canto daqueles arredores. Viu pessoas destruindo a si mesmas através de vícios variados, viu maldades premeditadas e outras praticadas como se fossem atos da mais perfeita normalidade. Viu injustiças, principalmente contra os mais fracos e indefesos. Com seus ouvidos, também atentos a tudo, ouviu mentiras, palavras de maledicência, gritos de ódio e sussurros de traição.

Exu suspirou.

- Serei eu o diabo da humanidade? – pensou ironicamente, ao lembrar o quanto era associado à figura do demônio. Passou horas observando coisas que estava habituado a ver todos os dias: mentiras, fraudes, corrupção, traições, inveja, e uma gama enorme de sentimentos negativos.

Foi quando estava imerso nesses pensamentos que Exu ouviu uma voz ao seu lado, dizendo naquele tom austero, porém complacente:

- Laroyê, Senhor Falante.

Exu ergueu os olhos e vislumbrou a figura altiva de Oxalá.

- Èpa Bàbá – respondeu Exu, fazendo um pequeno movimento com a cabeça, em sinal de respeito.

- Noto que está pensativo, amigo Exu – falou Oxalá.

Exu respirou fundo, contemplou novamente o horizonte e respondeu:

- Trabalhamos tanto... e incansavelmente, mas os homens parecem não valorizar nosso esforço.

Oxalá moveu os lábios para dizer algo, mas antes que isso acontecesse, Exu, como que prevendo o que seria dito, continuou:

FOTOS: Festa Preto-Velho 2011

     Vovó Catarina






18 de mai. de 2011

21 DE MAIO

No próximo sábado homenageamos os Preto-Velhos que tanto abençoam nossa caminhada.

Adorei as Almas!!!




" Louvados sejam todos os pretos-velhos.

Louvados sejam vós que formais o santíssimo rosário da Virgem Maria.

Santas Almas Benditas, protetoras de todos aqueles que se encontram em aflição.

A vós recorremos espíritos puros pelos  sofrimentos, grandiosos pela humildade e bem aventurados pelo amor que irradiam, socorre-me pois encontro-me em aflição.

Concedam-me, meus bondosos pretos-velhos, a graça de (pede-se a graça que deseja alcancar) através da vossa intercessão junto a Santa Virgem Maria, santíssima mãe de Deus e de todos nós.

Dai-me meus pretos-velhos um pouco de vossa humildade, de vosso amor, e de vossa pureza de pensamentos, para que possa cumprir a minha missão na Terra, seguindo todos os vossos exemplos de bondade.

Louvadas sejam todas as Santas Almas Benditas. Tenham piedade de nós.
Assim seja. "
(referência não encontrada)

4 de mai. de 2011

II - Você sabia?

Olorun

Na Mitologia Yoruba, e no Culto de Ifá é chamado Olódùmarè ou Olorun, nas religiões afro-brasileiras é chamado de Olorum, é o Dono do Orun céu e Criador do Orun e do Aiye, o céu e a terra. 

É associado fortemente com a cor branca, e controla tudo.

É o Deus Pai Criador de tudo e de todos. Embora reconhecido e louvado como Único e Soberano, não existe templo individual para Ele.

De acordo com um dos mitos da criação yoruba, ele delegou os poderes de criação do Aiye para seu primeiro e mais velho filho Orisanla ou Obatalá




KOSI OBA KAN AFI OLORUN

Nao há outro senhor senão Deus

I - Você sabia?

Tancredo da Silva Pinto (Cantagalo, 10 de agosto de 1904 — 1 de setembro de 1979)
foi um umbandista e pai-de-santo brasileiro.

Em 1950, por ocasião das grandes perseguições aos umbandistas de vários estados, fundou a Confederação Espírita Umbandista do Brasil. Viajou por diversos estados, fundando outras associações com o escopo de organizar e dar personalidade ao culto umbandista. Consta que fundou-as em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco, entre outros. A partir de 1967, afastou-se, vindo a fundar, no ano seguinte, a Congregação Espírita Umbandista do Brasil.

Foi ainda criador de festas que marcaram época e solidificaram a imagem da Umbanda como a Festa para Iemanjá no Rio de Janeiro, Festa de Yaloxá na Pampulha, em Belo Horizonte, Cruzambê, em Betim, Festa do Preto-Velho, em Inhoaíba, homenageando a grande Iyalorixá Mãe Senhora, Festa de Xangô, em Pernambuco, o evento "Você sabe o que é Umbanda?" no Maracanã e finalmente a festa da fusão do estado da Guanabara com o Rio de Janeiro realizado ao centro da Ponte Rio-Niterói.
Em vida ainda recebeu diversas comendas e homenagens pelos serviços prestados ás religiões afro-brasileiras. Foi um fiel defensor da prática africanista ao culto umbandista e ao Omolokô.
Apesar de analfabeto, o humilde estafeta dos correios "escreveu" diversas obras de cunho umbandista e manteve colunas diárias em jornais cariocas, como O Dia.