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Importante ressaltar que os cargos abaixo descritos faz parte de algumas nações no candomblé,
não sendo esta nomenclatura necessariamente seguida em todas as linhas.
não sendo esta nomenclatura necessariamente seguida em todas as linhas.
Babalorixá ou Iyalorixá
É o cargo mais alto dentro de uma Casa de Santo ou Ilê. É o Zelador ou Zeladora, aquele que cuida dos Orixás, que inicia os noviços, suspende e confirma Ogans, apresenta e confirma Ekedis, Olossães, Axoguns, etc. O Babalorixá ou Iyalorixá é o ponto de equilíbrio, a cabeça de uma Casa. O Zelador ou Zeladora trabalha como uma espécie de guia e mentor espiritual, aconselhando, discutindo, desenvolvendo métodos para o melhor andamento da Casa.
É dele ou dela a palavra final sobre tudo o que será realizado, pois é o Zelador (Babalorixá) ou Zeladora (Iyalorixá), aquele que está mais próximo do Orixá regente da casa. Todos os filhos, Ogans, Ekedis; Axoguns, etc., voltam-se para ele, pois os Orixás da cabeça destes, servem ao Orixá regente da Casa, numa situação de humildade que deve ser acompanhada pelos demais, facto que nem sempre acontece, pois existem aqueles que deixam a importância dos seus cargos subir-lhes à cabeça, extrapolando a sua autoridade.
O Babalorixá ou Iyalorixá é o ponto de equilíbrio, pois ele ou ela é o formador dos demais cargos existentes no culto. O tempo exato para que alguém assuma o cargo de Babalorixá ou Iyalorixá é de sete anos de iniciado, pois antes disso a pessoa não se encontra capacitada para iniciar outras pessoas no Culto. É o único cargo onde o tempo devido deve ser respeitado, para que haja harmonia.
Babá-Kekerê ou Iyá-Kekerê
Significa Pai-Pequeno ou Mãe-Pequena. São os segundos dentro da hierarquia de uma Casa de Santo. São os substitutos eventuais do Babalorixá ou Iyalorixá. Eles têm a função de orientar, educar, mostrar o melhor caminho aos filhos da Casa. São os supervisores gerais do bom funcionamento e cabe a eles, em primeira instância, inspecionar a conduta, higiene e necessidades dos filhos-de-santo. É o Pai, ou a Mãe-Pequena que assume, caso o Zelador ou Zeladora esteja fora ou incorporado com o Orixá. Neste caso exercem a mesma função do Zelador ou Zeladora, procurando manter bem equilibrado o Axé. Cabe também a eles a manutenção da Casa, para que não haja falhas no sistema. A sua função é da mais alta importância, pois na condição de substituto direto, é quem recebe todas as cargas e distúrbios que porventura aconteçam. Para exercer o cargo de Babá-Kekerê ou Iyá-Kekerê é preciso que a pessoa seja feita (iniciada dentro do Santo) e que tenha um mínimo de sete anos de feito, pois neste cargo exige-se experiência e muita tranquilidade, humildade, entendimento e resignação, além de sabedoria, competência e calma.
Ogan
Não pode ser considerado, tão-somente, o tocador de atabaque. O Ogan é uma figura importante dentro de uma Casa de Santo, pois ele atua como uma espécie de fiscal, ajudando na coordenação dos rituais. É da competência do Ogan a manutenção e preparação dos couros para os atabaques; coordenar os toques, entoando as cantigas dentro das sequências corretas. É também função do Ogan – juntamente com o Babalorixá ou Iyalorixá – entoar as rezas feitas nas obrigações e demais rituais. O Ogan principal é o Alabê, uma espécie de chefe dos Ogans, que coordena, trabalha e atua na boa conduta dos demais tocadores. O Ogan passa por dois estágios: o período de suspensão, quando ele é indicado pelo Santo da Casa, e o da confirmação, quando ele passa pelas obrigações de Roncó.
Ekedi
A Ekedi em seu papel de Mãe exerce a função de Dama de Honra do Orixá regente da Casa. É dela a função de zelar, acompanhar, dançar, cuidar das roupas e apetrechos do Orixá da Casa, além dos demais Orixás, dos filhos e até mesmo dos visitantes. É uma espécie de “noiva” que atua sempre ao lado do Orixá e que também cuida dos objetos pessoais do Babalorixá ou Iyalorixá. O cargo de Ekedi é muito importante, pois será ela a condutora dos Orixás incorporados no Egbê (barracão ou sala de festividades) e dela é a responsabilidade de recolhê-los e “desvirá-los”, observando as condições físicas daqueles que “desviraram”. O procedimento para se tornar Ekedi é o seguinte: primeiramente ela é apresentada – não suspensa, como o Ogan – e logo depois será confirmada, com as obrigações de Roncó.
Olossãe ou Babalossãe
É outro cargo da maior importância dentro do Axé, pois cabe a ele – e digo “ele” pois trata-se de um cargo estritamente masculino – o recolhimento e escolha das ervas que vão entrar nos rituais. O Babalossãe é quem procura, reza, cata e macera as ervas, num ritual de grande importância, pois sem folhas nada pode ser feito dentro de uma Casa de Santo.
Axogun
Cargo masculino. É aquele que cuida dos animais a serem sacrificados para os Orixás e aquele que os sacrifica. É ele que vai cuidar da alimentação dos animais, do seu banho (ossé) antes das matanças. Cabe a ele também abrir os bichos já sacrificados e separar os Axés (miúdos), além de tratar do couro e passá-los para os Ogans. Para se chegar ao cargo de Axogun é preciso ter aquilo a que se chama “Mão de Faca”, que é a autoridade para fazer os sacrifícios animais. Diga-se de passagem, os Ogans também atuam como Axoguns, desde que tenham a “Mão de Faca”.
Yabassé
Cargo feminino. É aquela que cuida, separa ingredientes e executa a comida do Santo. Chamada a cozinheira do Axé, é dela a obrigação de ver aquilo que o Santo mais gosta e executar os trabalhos de cozinha. A Yabassé faz também a comida que será oferecida aos visitantes nos dias de festa na Casa. Para exercer esse cargo é preciso que a mulher seja iniciada no Santo e receba a autorização do Pai ou Mãe-de-Santo para ser a cozinheira oficial dos Orixás.
Dagã
Cargo feminino. É aquela que vai cuidar da casa de Exú. Está sempre presente na cerimÔnia do Padê (que é a reunião para despachar Exú, ou seja, levá-lo para fora para que tome conta dos trabalhos). É a Dagã que vai tratar dos Exús da Casa, mantendo sempre tudo limpo, aceso e abastecido com os ingredientes da preferência de Exú, tais como o oti (cachaça), epô pupá (azeite de dendê), oyn (mel), etc..
Ebomi
São aqueles feitos com mais de sete anos de iniciação. Eles agem na Casa como irmãos mais velhos, orientando os mais novos na conduta e procurando ajudar em tudo que é possível.
Vodunci
São aqueles feitos com mais de três anos de iniciação. Trabalham para a manutenção da Casa, além de ajudar os mais velhos nas actividades.
Yawôs
São os noviços ou noviças de zero a três anos. Estão no período de aprendizagem sobre os fundamentos da Casa. Cuidam de tudo, desde a limpeza até às obrigações.
Abian
É o iniciante. Aquele que está dando os primeiros passos no Candomblé e que terá o seu futuro, a nível de culto, decidido pelo Pai ou Mãe-de-Santo. Ajuda no que é possível.
Iá-Efun
É um cargo feminino. Cabe à Iá-Efun o preparo do atim, ou seja, dos pós que irão dar o desenho da família. É aquela que irá pintar a/o Yawô nas saídas de Santo, aquela que vai “marcar” com o atim, a pemba ralada, a/o Yawô com as cores e formas daquela determinada tribo. Para assumir este cargo é preciso ser iniciada no Santo e ter, no mínimo, sete anos de feitura.
Peji-Runtó
Nos rituais são utilizados muitos elementos, tais como: pembas, temperos, faca, navalha, tesoura, além do obi e orogbô, ervas, favas, toalhas, entre outras coisas. O Peji-Runtó é aquele que vai preparar a mesa, digamos assim. É aquele que vai dar condições ao Babalorixá ou Iyalorixá de desempenharem as suas tarefas, podendo concentrar-se ao máximo, sem preocupação de que este ou aquele elemento esteja faltando ao ritual. O trabalho de Peji-Runtó torna-se, assim, muito importante para o bom desempenho e andamento dos rituais.