"Oxum, Senhora das águas,
Trazei-nos o amor divino.
Nanã, Senhora das fontes,
Trazei-nos a renovação do espírito.
Iemanjá, Senhora do mar,
Trazei-nos a fartura espiritual.
Iansã, Senhora dos ventos,
Trazei-nos a limpeza da alma."
Yansã |
Yansã e Makota Lúcia |
Yansã e Mãe Esmeralda |
Yemanjá |
Yemanjá e Mãe Esmeralda |
Yemanjá |
Yemanjá e Makota Lúcia |
Oxum |
Oxum e Mãe Esmeralda |
Ìyáàgba - Ìyãgba - mãe adulta, matrona, matriarca
Ìyà - mãe
Àgba - adulto, pessoa mais velha, maturidade.
Iabás, são todos os orixás femininos ligados à água, numa clara referência à concepção, à gestação, à vida!
Na mitologia dos orixás, que guarda o saber ancestral dos povos de origem iorubá trazido pelas religiões africanas, a mulher está representada pelas iabás, os orixás femininos. Sua gênese e histórias estão contadas nos mitos que os escravos vindos da África para cá, transmitiram oralmente.
O saber das Iabás cria outras formas de organização da vida e do mundo.
As Iabás representam a feminilidade e, por conhecer a memória dos corpos, transmitem suas histórias, afetos e conflitos.
Elas guardam em seu ventre um poder que ninguém, senão elas mesmas, possuem. O segredo de todas as mulheres: o poder de gerar e dar vida a outros seres. Exercem também o poder da criação, conquista, multiplicação, luta e transformação.
O elemento água é comum a todas as iabás. O estado no qual ela se apresenta na natureza caracteriza o temperamento de cada uma delas. A água fertiliza a terra, a faz produtiva, penetra nas plantas e corre nas suas veias como sangue. A água proporciona que as plantas dêem seus frutos que alimentam o homem. Transforma a terra seca em terra criativa e criadeira. Não apenas lhe dá vida, mas preserva-a, uma vez que o homem foi gestado na água do ventre da mãe. O sangue que corre em suas veias é composto de grande quantidade de água.
Assim como a água, o amor em suas diferentes manifestações, alimenta a alma, dá-lhe vida, preserva-a e transformaa.
Como um elemento fluido, é condutor poderoso da alma humana para muitas direções, bem como está presente em todos os momentos da vida como elemento de vital importância.
O estudo da mitologia das iabás pode trazer uma reflexão sobre como viver e experimentar os sentimentos nos diferentes momentos da vida que, tal qual a água, apresentam vários estados. É possível à mulher viver e cultuar suas deusas interiores, as iabás, da quais descendem e da quais herdam a feminilidade em suas variadas nuanças e cores, sabendo que seu eu é sagrado e deve ser vivido e cultuado na sua totalidade.
Nas iabás um pouco de todas as mulheres e muito das várias mulheres que habitam uma mulher!
Omi Odò Iyá! Mãe da água que corre!
Omi Odò Ìyá! Sirìre! Mãe da água que corre! Abra-me seu caminho!
Ora Yèyé ô! Vossa benevolência mãezinha!
Eparrei Lo Oya! Tua á vida, Oyá!
Epayèyô, Iansã! Mãe da vida, Iansã!
Exó! Obá Sire! Gentileza! Obá, prepare o caminho!
Riró! Encontro a doçura!
Salubá! Encontrei-te, velha rabujenta!
Texto : Rosany de Yemonja
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